O Toninho do Sô Manuelzinho, meu colega de turma, era o nervoso da sala e do Grupo Escolar. Brigava todos os dias. No recreio, ou terminadas as aulas, via-se aquele aglomerado de meninos: briga do Toninho contra um ou contra todos - uma guerra! Saía a meninada correndo atrás dele e ele enfrentava a todos. Além da gritaria, até poeira se levantava da rua!
No Grupo, os alunos não usávamos uniformes e a maioria andava descalça – até eu. Durante o recreio, íamos para casa lanchar, ou ficávamos brincando na rua. E o Toninho brigando! Com o passar do tempo, fechou-se o pátio, mas não havia merenda - nem se ouvia falar em! E o Toninho brigando!
Nunca brigou comigo - ou eu com ele!
Anos mais tarde, minha irmã Imaculada freqüentou o Curso Técnico de Contabilidade. Não se cansava de elogiar o bom colega, o aluno mais dedicado, de melhores notas e o mais inteligente do curso.
Quem era?... O Toninho. Acreditem!... E não brigava!
Morreu novo. De câncer na língua... Maldito cigarro!
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